Texto bíblico: Fp 1.19-26.
Sabemos daqueles que queriam morrer: Jonas, por exemplo, o profeta que não concordava com Deus pediu: “Agora, Senhor, tira a minha vida, porque para mim é melhor morrer do que viver”, Jn 4.3. E Elias, o profeta que se cansou da maldade humana “pediu para si a morte e disse: Basta; toma agora, ó SENHOR, a minha alma, pois não sou melhor do que meus pais”, 1Rs 19.4.
Também sabemos daqueles que não querem morrer ou acham que não vão morrer: Diego Maradona, ex-jogador argentino já disse: “Tenho muito medo da morte; não quero morrer por nada”; e Arlete Salles, atriz brasileira não nega: “Eu adoro estar viva. Tenho pavor da velhice e da morte”. O fato é que a vida e a morte andam muitos próximos, e nosso texto trata deste assunto.
Paulo escreve esta carta da prisão, por volta do ano 63, para uma igreja que ele fundara a uns dez anos atrás, em Filipos – por isso Filipenses. É uma carta afetuosa, terna, isenta de censura e recheada de gratidão, e o termo “alegria” ocorre 17 vezes. Dentre os ensinamentos mais notáveis desta epístola, seguramente o v.21 é um deles – ler. Não era mais Paulo que vivia, ou mesmo Saulo de Tarso, mas Cristo, que é tudo em todos. Nosso texto fala de morte, mas fala, principalmente, de vida! Nosso texto ensina que “O VIVER É CRISTO”.
Definição de VIDA
Vida não é apenas “o espaço de tempo que decorre desde o nascimento até a morte“, como definem os dicionaristas. Espremer a vida entre as dores do parto e as dores do enterro é mesquinho, limitado e muito pouco diante do Criador. Cremos, sim, que a vida começa no momento da concepção e continua através de “eras que tombam sobre eras em eterna sucessão” – ou seja, a eternidade. E sendo assim, de forma óbvia, a vida tem três fases: vida uterina, vida presente e vida eterna.
A primeira fase, a vida uterina, vai da concepção ao parto. É a única fase que tem duração certa: nove meses. A princípio, o que existe é apenas um minúsculo embrião, ou uma “substância ainda informe”, que vai sendo entretecido de “modo assombrosamente maravilhoso” até completar-se e poder dispensar o ventre materno, conforme o ensino do Sl 139.13-18.
Aplicação: a vida já começa com Cristo, irremediavelmente, pois Cristo é a vida! “Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim”, João 14.6. Jesus é a fonte originária da vida, Jo 1.1-4. Ele é o autor da vida! O VIVER É CRISTO!
A vida de Paulo antes da morte
Para Paulo o VIVER É CRISTO, e refere-se, a princípio, à vida antes da morte, que é a segunda fase da vida, a vida presente, que vai do nascimento até à morte. Esta fase da vida não tem duração certa – ela varia de tempos em tempos e de região para região ao longo de nosso Planeta. No início do século 20, por exemplo, o brasileiro vivia em média 37 anos; hoje, cem anos depois, vive 75,2 anos e isto é mais que o dobro! E é exatamente nesta fase da vida, antes da morte, que tudo se define, humanamente falando…
O apóstolo dos gentios tinha seus olhos na eternidade, desejava morar com Cristo, sim; mas não perdia sua paixão pela vida aqui. Já dizia o apóstolo: ler os vv.24 a 26.
Aplicação: Ou seja, a vida presente é a vida com Deus e em Deus através do ser útil, pois Deus está onde eu estou, aqui e agora. Por isso que o VIVER É Cristo! É vida útil! É viver bem, desde que Cristo seja engrandecido, v.20.
A vida de Paulo depois da morte
Para Paulo o VIVER É CRISTO, e refere-se também à vida depois da morte, que é a terceira fase, a vida futura, que vai da morte à eternidade sem fim. É de duração eterna. A essa fase da vida, Paulo se refere quando explica: “Sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos da parte de Deus um edifício, casa não feita por mãos, eterna, nos céus”, 2 Coríntios 5.1.
Vamos ler 1.21-23. A vida futura será, para os que estão vivos hoje, uma experiência absolutamente nova, ligeiramente parecida com o pós-parto: é o mesmo ser existente que continua com a vida, mas uma vida totalmente nova: “E, quando este corpo corruptível se revestir de incorruptibilidade, e o que é mortal se revestir de imortalidade, então, se cumprirá a palavra que está escrita: Tragada foi a morte pela vitória”, já ensina o grande Apóstolo em 1 Co 15.54.
Diz o apóstolo em nosso texto básico: “incomparavelmente melhor”!, v.23; e “Morrer é lucro”!, v.21.
Aplicação: Se por um lado não queremos morrer (a exemplo de Maradona, Arlete Salles), por outro lado estamos todos na fila da morte: Pedro tinha esta consciência: “certo de que estou prestes a deixar o meu tabernáculo, como efetivamente nosso Senhor Jesus Cristo me revelou”, 2 Pe 1.14. E Paulo, igualmente: “Quanto a mim, estou sendo já oferecido por libação, e o tempo da minha partida é chegado”, 2 Timóteo 4.6.
Conclusão: “Porquanto, para mim, o viver é Cristo, e o morrer é lucro”, 1.21. “O morrer é lucro”, diz o Apóstolo, porque vamos todos ressuscitar! Ler 1 Co 15.19 e 54.
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