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Lucas 10. 1 a 24

Queremos aqui conhecer um pouco das características da missão dos setenta e aplicar para a realidade da igreja moderna. Inicialmente, vale dizer que Lc 9.51 até Lc 19.28 compreende uma grande sessão neste evangelho em que Lucas narra com minúcias A VIAGEM DE JESUS A JERUSALÉM, e isso durou alguns meses. Jesus ainda está na Galileia, região norte do País, e seu ministério aqui chega a um final – um final longo, sendo uma parte peculiar a Lucas, com poucas citações em Mateus e Marcos.

  • Eram doze os apóstolos, os quais tipificavam as doze tribos de Israel, e Jesus enviara os mesmos para a região norte da província (ler 9.52) – região onde Ele passaria; região onde, também, Ele foi rejeitado (ler 9.53).
  • Agora temos aqui, em Lucas 10, setenta discípulos enviados, que tipificam os 70 anciãos designados por Moisés e que receberam o Espírito e profetizaram (Nm 11.16-30). Também 70 eram as nações do mundo antigo, conforme Gn 10. Sim, além dos 12, Jesus designa agora esses 70 discípulos, onde as instruções são semelhantes às que foram dadas aos doze. Conheçamos, então, conforme anunciado, um pouco das características da missão dos setenta.

 

1. A missão dos setenta tem uma prioridade, que É ANUNCIAR O REINO DE DEUS.

 

Disse Jesus: “a minha comida consiste em fazer a vontade daquele que me enviou a realizar a sua obra”, João 4.34. E agora, Ele diz expressamente: “anuncia-lhes: A vós outros está próximo o reino de Deus”, v.9 – esta é a vontade do Pai! Esta é a vontade do Messias!

E essa mensagem da verdade deve ser proclamada, seja bem vinda ou não! A mensagem do Evangelho do Reino é poderosa por si mesma, pois vem de Deus, e isso vai mudar a forma de pensar do ouvinte – por isso mesmo as pessoas não estavam interessadas e continuam assim. Verdade é que enquanto algumas pessoas não estão interessadas, outras são resistentes, mesmo!

Mas este é um desafio que nos incita a priorizar o Reino! Vamos anunciar o reino de Deus com prioridade, sim! E quando anunciamos isto, o Reino de Deus, já é derrota para Satanás, conforme o relatório dos enviados e avaliação do próprio Mestre nos vv. 17 e 18.

 

2. A missão dos setenta, no seu modus operandi, TIPIFICA A IGREJA HOJE.

 

(Modus operandi é uma expressão em latim, e significa o modo de operação). E qual é modo de operação dos setenta e da igreja hoje na missão de pregar o Evangelho do Reino?

  • Uma missão DESAFIADORA.

Desafiadora porque exige mais obreiros, v.2 – os obreiros ainda são poucos. Mas se cada crente se envolver com essa Missão teremos outros resultados! Desafiadora porque exige intercessão, v.2: “Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara”. Os desafios sempre existiram, os quais são próprios de cada época…  Ainda hoje temos escassez de obreiros e outros desafios tantos.

  • Uma missão URGENTE.

A missão é urgente e Jesus ensina a não desperdiçar o tempo! Urgência, mesmo! Já compartilhamos sobre a prioridade, e conforme o v.4, a urgência é não se envolver em conversas, é não fofocar, é não bater papo – ou seja, não desperdiçar o tempo! Naqueles dias as saudações eram muito demoradas… Por exemplo, na época do profeta Eliseu, Geazi seu moço, recebeu uma missão, e foi orientado assim: “Disse o profeta a Geazi: Cinge os lombos, toma o meu bordão contigo e vai. Se encontrares alguém, não o saúdes, e, se alguém te saudar, não lhe respondas; põe o meu bordão sobre o rosto do menino”, 2 Reis 4.29.

Essa missão urgente não deve quedar-se aos “protocolos” – são muitos os protocolos… Devemos nos desvencilhar de tudo para pregar o evangelho! Conforme o texto de Hebreus 12.1 devemos nos desembaraçar. Por exemplo: Hoje, temos muitos protocolos; mesmo no meio eclesiástico, temos muita burocracia; muitas vezes a tecnologia está a desserviço do Reino; hoje temos muito entretenimento e pouca ação missionária. Jesus orientou devidamente àqueles setenta, e sandálias, no v.4, não significam cumprir a missão descalços, mas não levar pares extras…

3. A missão dos setenta, quanto a seu alcance, É UMA OBRA EM ANDAMENTO.

 

Lendo o v.1, logo perguntamos: para onde foram os setenta? Resposta: Eles foram para onde Jesus iria – “que o precedessem em cada cidade”. Eles não foram para onde Jesus estivera! A missão dos setenta, assim como a missão da igreja hoje, é uma obra inacabada porque temos muito a onde ir… Os missionários e missiólogos falam muito deste assunto e vale a pena saber mais e interceder por ele (v.2), a exemplo do ensino do Mestre.

Vamos, sim, ao alcance das nações. O evangelista Lucas frisa a universalidade do evangelho para os pecadores – são 16 citações nesse sentido! E aqui estamos dizendo da universalidade do evangelho (que é o alcance do evangelho para todas as nações) e não da universalidade da salvação como querem alguns… Sim, o evangelho naqueles dias era, como ainda hoje o é, tanto para samaritanos, quanto para gentios e judeus! E haverá o dia em que os glorificados, de todas as nações, povos e línguas estarão diante do Cordeiro, conforme podemos ler em Apocalipse 7. 9 e 10.

 

Conclusão

 

Concluindo, queremos compartilhar mais duas verdades do texto. Primeira verdade: A missão dos setenta é uma obra gloriosa, v.20. É característico em Lucas mencionar alegria (19 vezes, como por exemplo, em 1.64; em Lc 15 três vezes, e assim por diante). E aqui temos o justo motivo de alegria. Este justo motivo de alegria não está na capacidade de cada um, pois essa capacidade pode falhar; não se firma apenas na proteção de Deus aqui no mundo, porque isso é temporário. Mas reside na eleição, na salvação individual, v.20. Antes de tudo, você deve ser um crente! Isso, sim, é alegria!

A segunda verdade está em 10.21: Cristo exultou! O verbo aqui é bem forte, e significa que Jesus mostrou uma satisfação exultante pela obra feita. E o nosso desafio hoje é promover essa mesma exultação em Cristo Jesus! Cumprir com a nossa Missão é alegrar o coração do Messias, é alegrar o coração de Deus! Louvado seja o nome do Senhor!

 

Adilson Souza dos Santos